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sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Projeto Agrofloresta - Ciclo III (2023)

E aqui estamos nós.
Ja colhendo as culturas anuais (milho, mandioca...). 
Então ouve ai:

Agrofloresta ainda em estagio de bio acumulação. Já é possível ver uma melhora no solo. Em alguns locais é possível ver fungo no solo. Isso mostra que o solo vem se estruturando.

O foco agora nesse ciclo III é criar linhas de resiliência com biomassa (já que temos pouca). 
Para isso, vamos criar linhas de frutas utilizando mix de sementes e plantar tambem as anuais.

Para as linhas de serviço (arvores de poda), vamos tentar o capim Mombaça + crotalária (um mix que aprendi no curso de agrofloresta que fiz esse ano). Vamos entrar com mudas de banana também, que são excelentes para poda.

Nas Linhas, as perguntas que você deve fazer são: 
- Quem será o carro chefe? Por ex. já vimos que abacate aqui funciona bem. Vale a pena focar no abacate.
- Quais Plantas do futuro? Quais vão ficar mais tempo?
- Qual estrato vão ocupar?

Pensar sempre no TEMPO X ESTRATO das plantas. Não é ideal que elas ocupem o mesmo tempo e mesmo estrato.

No curso, há um tabela que facilita e pode ser usada:



Entrada de Semente: FRUTAS que comemos durante o ano E ÁRVORES (pode dar foco em abacate), frutas, noz pecã (não achei muda). Entrar com leucena e acácia;
 
ANUAIS: milho, gengibre ou curcuma, batatinha*, mandioca* . 
Para anuais, nas linhas: Quiabo OU Milho
 

Nas Entrelinhas, entrar com árvores de serviço. 
Qual Estratos e tempo de vida?

Entrar com: 
- Capim Mombaça, brachiaria; 
- Crotalaria,  guandu, milheto, feijao, milho* feijao, Bananas*, ingá*, aroeira*, mandioca* pupunha* margaridão* curcuma*; leucena; acácia

Plantar também anuais nas linhas e entrelinhas (milho mandioca feijão abóbora etc)

- Em frente da casa: plantar beijos

Insumos: 
- terra 3 sacos
- Po de rocha : 20 kg
- Farinha de osso: 20 kg
- Torta de mamona: 20 kg














domingo, 7 de maio de 2023

Projeto Agrofloresta (2019 a 2022) - CICLO II

 Liga o som e sente que lá vem história...




Nos anos de 2019 e 2020, os trabalhos foram mais aplicados na recuperação do solo através do plantio de algumas frutíferas e leguminosas. As frutíferas não vingaram muito e sofreram muito com formigas (grandes criadoras de florestas). 

Tinha que focar em espécies menos exigentes, já que o solo não respondia.
Gastei bastante com insumos nesse período (calcário, esterco de boi e galinha, farinha de osso, torta de mamona).

Comecei a estabelecer linhas de plantio visando dar mais vigor e resiliência ao processo de sucessão da agrofloresta. As linhas ajudariam a reter mais água no solo, já que eu não possuía nenhum tipo de irrigação nessa época. Fui investindo na compra de leguminosas para adubação verde, visando o plantio nas entre-linhas. E também tentando ao menos manter as mudas vivas, com as formigas castigando o tempo todo sem dó.

Eu tinha bastante dificuldade na época. Foram vários dias indo manejar o terreno e não tinha nem lugar pra dormir. Ia e voltava para Santa Teresa no mesmo dia, com algumas ferramentas no carro, exausto e cansado. Almoçava lá mesmo: levava uma quentinha com aveia, mel e banana. O bixo pegava o dia todo e o sol também castigava. Passava o dia todo capinando o lote, arrancando o sapê e jogando por cima do solo (faço isso até hoje - 2023 rs). Sapê é muito resiliente. Ia a cada 2 a 3 meses fazer isso.


Em outubro de 2021, houve a oportunidade de construir. As coisas melhoraram, pois comecei a estar mais presente executando a função de plantar e manejar. Poder dormir e acordar lá para trabalhar no manejo é algo espiritual que tem limpado minha mente e me mantido sã nesses tempos mais difíceis. Fiz um canal no Youtube chamado "Sobrevivendo ao apocalipse", com ideia de mostrar os aprendizados que a proximidade com a natureza trás. 

A estratégia desse ciclo II tem sido: implementar capim brachiaria, feijão guandu, feijão
de porco, crotalária e outras espécies menos exigentes, onde não tinha nada crescendo. O objetivo é gerar biomassa através do capim e leguminosas. Criar um forte alicerce para serem berço para culturas mais exigentes. Sempre manejando (podando) para fortalecer o solo e alimentá-lo, fortalecendo a rede de fungos e de vida. Solo coberto é solo vivo. 

Os princípios que venho utilizando se baseiam na agricultura sintrópica: plantar em densidade, diversidade, estratificação e sucessão de plantas. E, claro, manejar o solo sempre que possível para alimentá-lo e mantê-lo sempre coberto, protegendo-o do sol.


Em 2023 estou exatamente nesse ciclo de fortalecer mais a BASE do sistema com leguminosas e capim brachiaria (geradores de biomassa). Só que agora também implementando e colhendo mandioca, milho e outras hortaliças. Implementei algumas frutíferas também, que aos poucos vem crescendo. 

Apesar de muito esforço despendido nessa missão, tem sido gratificante. O sistema esta mais úmido graças ao solo coberto. Mais ainda estamos longe de um estagio III. Mas vamos com fé nessa causa nobre e propósito de vida.


































Terreno em recuperação (mai/2023)

domingo, 23 de abril de 2023

Projeto de Agrofloresta - I (2015 a 2019)

 Bem...antes de mais nada...ouve ai:



Bem.. Tudo começou com uma vontade enorme de cuidar da natureza que tive a partir de 2012. Sempre fui muito ligado a natureza e ela sempre fez parte de mim. Em todos os momentos. Sim: nas trilhas, caminhadas, pedaladas e outras aventuras. Em 2015 tomei coragem e resolvI investir em meu propósito de vida. 

Comprei um terreno em Santa Teresa-ES em 2015. Não era o ideal que eu queria. Queria um local mais isolado. O terreno que comprei era dentro de um condomínio. Porém era dentro do que eu conseguia pagar na época e achei que era um bom lugar. Meu sentimento dizia isso. Não existia muitas regras de construção e isso me chamou atenção. Queria um pouco de liberdade. O intuito simplesmente de recuperar o solo (que anteriormente era uma área extremamente degradada), com objetivo de produzir meu próprio alimento através de um projeto de Agrofloresta. E la fomos nós, Eu e Deus.

O terreno em 2016 encontrava-se queimado, devastado, ácido. Pedi uma ajuda na capina para o Tião (teve um papel fundamental na aquisição de mudas futuramente e hoje é um grande amigo). Pessoa simples e de bom coração. Tião, com seu conhecimento da terra, achou melhor usar rand-up, podar o mato e por fogo. Não o julgo, isso foi o que aprendeu desde sempre. É a cultura atual de cultivo. Tive um trabalhão depois pra recuperar uma parte perdida nesse processo. Mas vou falar isso depois, na parte II.


O terreno em 2016 só tinha sapê. Era extremamente seco e ácido. Conforme fui entendendo a Agricultura sintrópica, entendi a função do Sapê. Ele foi a planta emergente, as verdadeiras "salva-vidas" do solo para auxiliar na recuperação. De 2016 gastei bastante com mão de obra para roçagem inicial e também adubo. Tentei plantar mas não tinha condição naquele solo. Tudo morria, não tinha condições. 

Daí comecei um trabalho de implementação de SAF (sistemas agro florestais). Nesse capitulo do Blog vamos falar apenas de 2015 a 2019 (Parte I). Nessa época, tinha pouco conhecimento. Vou postar aqui algumas coisas que comecei a conhecer.

Primeiramente, terreno ácido você tem que entrar com abacaxi. Isso eu aprendi com Ernst Götsch, um agricultor suíço fundador da Agrosintropia no Brasil. E lembro também de outro princípio de uma cartilha técnica que li na época: "o solo está permanentemente coberto com matéria orgânica, o que o mantém protegido e possibilita a ciclagem de nutrientes"

Em 2017, comecei umas idas esporádicas no terreno para roçagem e tentativa de iniciar o sistema:





No máximo que tinha lá era uma cabana. E as ferramentas de trabalho (enxadão, enxada). Facão eu adquiri em 2020, quando efetivmente comecei, mas vou mostrar as fotos desse processo II em outra postagem para não estender demais.

Em ANEXO alguns estudos técnicos. Vou colocando aqui alguns aprendizados e manuais técnicos da época, que me impulsionaram rumo ao sonho de ter uma agrofloresta em casa: