O mercado da embalagem é
composto. Composto de vidraças, de muito neon, de sapatos altos... tão altos
que chegam a ultrapassar os limites do Ego. Vaidades a mil, entram na frente de
muita coisa. A Visão deturpada e entupida, cega ou embaçada, não consegue
visualizar nada além do pau do nariz, e o poder da crítica e o questionamento seguem
morrendo ao som da introdução do “BBB” e pela voz do Pedro Bial.
Saia justa, Camisa de
diamante, biquíni da moda, calça de “ Paris”, sapatos de neon. Afinal, é o
mundo da embalagem. A criança chora, o pai não vê... e a troca de experiências
perde seu sentido mais puro, e de sua jugular o sangue escorre por todo o
corpo. É o colapso. Mais uma vida deixou de Ser para simplesmente Ter.
Criam-se medos, dos mais
variados. Tudo gira em torno da roda do dinheiro e da fama. O que te veste
representa o que se é. Dessas e outras, pergunta-se: “Como não se consegue enxergar
mais nada alem dessa parede de concreto?” É o mundo de embalagem.
Na rua, são várias as
embalagens. As ruas transformam-se em prateleiras, em stand-ups... Tudo vai
passando, e a atenção sempre é voltada à embalagem, a bela embalagem. Aquela...
que muitas vezes esconde um remédio tarja preta que um dia te tornará um
dependente químico. Ali, geram vícios, e mais vícios. Não se entende mais porquês,
não se enxerga mais que um palmo na frente. Círculo Vicioso.
A TV escancara e incentiva,
aos berros, a compra sem limites. Impõem-se comportamentos, e inconscientemente estimula-se a
compra de mais embalagens. Afinal, elas movem o mundo. O mercado da embalagem.
Criam-se padrões, destroem-se a Dúvida. Tudo vagarosamente. Para que acelerar se o caminho traçado já
leva a Humanidade ao fundo do poço?
A angústia prevalece e
superestima a busca da perfeição. Burra perfeição. Os que não nascem com
privilégio de possuir uma embalagem bonita aos olhos dos outros se martirizam,
se comparam, se machucam. Porque não buscar algo bonito aos próprios olhos?
Porque o medo de Ser? Do medo criam-se complexos, dos mais variados. Busca-se
por mais recursos materializados, e o sentido de viver acaba se transformando
em algo inútil e sem sentido. Ah... mercado da embalagem! Quando será o Mercado
do Conteúdo?