Visualizações de página do mês passado

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Por uma vida mais “cool”

Ps. Pra começar a trocar idéias do assunto, dá uma clicada no link abaixo... hoje o fluxo segue na onda do blues. Clique lá...






...E pensar que a vida é suja, é pobre. A condição de vida pode até ser pobre, mas jamais a Vida. Algo tão grandioso, complexo, rico em detalhes não pode ser chamado de pobre. Muito menos de rica! Rico é uma definição muito simples de algo como a Vida. O entendedor não serei eu, nem você, nem mesmo o “anjo Miguel”, no linguajar religioso. Mas pobre pode ser algum ser chamado de “humano”, que de Humanidade não tem nada e que se diz “o bom da boca” e o dono da verdade absoluta, mas é pobre de fé, de iniciativa, de criatividade e de alma.

Vida “cool”... Fazemos tudo por uma.

Ao ouvir uma música, por exemplo, que mudança isso traz? É Simplesmente encher a cabeça com um ritmo “sem jeito”, desafinado, e fugir para um lugar aparentemente sem problemas? É dançar para mostrar que é “do meio badalado”, “da moda”.., e não prestar mais atenção em nada? Superficial demais.  I’ll play the blues for you...


Você arrepia ao escutar “Since I’ve been loving you” do Led Zepellin? Consegue visualizar cada detalhe, cada toque e mudança de tom, cada nota... “escutar” o movimento, os detalhes do timbre  de uma guitarra afinada (ou mesmo desafinada), o sentimento ali colocado ao realizar aquela criação musical... Afinal, se prefere ouvir ou escutar? Muita gente anda só ouvindo. Não para pra escutar.  Um grave erro que se pode cometer é não prestar atenção. É não parar para escutar o que antes era inaudível. É não prestar atenção não só nos detalhes de uma música, mas na tristeza que assola o próximo que passa fome e é seu vizinho, pois mora no mesmo Mundo que você, um lugar apelidado de “Terra”.

Viver profundamente é viver no detalhe. É sentir o fluxo de sua respiração, é estar Presente. É conseguir extrair informações, sentimentos... onde que se consegue perceber a “riqueza” da vida, mesmo nas coisas mais simples.


Por uma vida mais “cool”. Esse é um lema. Estamos atrás, ou corremos na frente. Deixe estar, deixe observar. Busca-se mais detalhes, mesmo que agora eles pareçam “inaudíveis”. Essa busca nunca pode cessar, pois isso em conceito de Vida é a própria Morte. 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

A Crise dos 30 que aflige os 28...





Ps. Leia a coluna ouvindo "Brain Damage" do Pink Floyd...clica ai, vai.:






A reflexão bate naquela hora, naquele exato momento em que você não espera. As situações parecem mais completas, mais ricas em detalhes. O ar é mais “encorpado”. Ao mesmo tempo, você sente aquele frio na espinha e pensa: “Como pode as coisas estarem voando tão rápido?”. A maturidade vem chegando... começa a cair os cabelos, o metabolismo  e principalmente a ficha de que o mundo não é a Busca Eterna pelo Entretenimento... o mundo agora é composto de conhecer a si mesmo e optar por fazer boas escolhas.

...As escolhas que você fez há 10 anos agora refletem e estruturam, em grande parte, seu modo de agir e pensar. Afinal, o que é o pensamento agora? Basicamente tudo.  As escolhas, simples ou complexas, estabelecem o fluxo das coisas... definem um caminho em que existem  pedras, flores e espinhos. Atitudes que você tomou com disciplina no passado-presente de 10 anos atrás chegam a atingir hoje, com a precisão de um dardo, sua essência... sua consciência, fazendo você olhar pela janela, dar um sorriso e dizer: “Aquela realmente foi uma boa escolha...”.

...A vida não é mais a mesma. Seu pensamento chega a atingir um grau de profundidade em que você começa a perceber que no final qualquer escolha é boa, pois a responsabilidade dela passa sempre para ti..100 % da responsabilidade...no momento da sua decisão. É um “peso” e tanto, e você sabe disso. Assim passa-se a entender as nuances, a perceber os movimentos e os limites dos efeitos de seus feitos... Você consegue ver que “Uma escolha será sempre uma escolha..” um momento de decidir o caminho que se decidiu percorrer. Você torna-se cauteloso...

Você está metido em meio a um zilhão de conflitos existenciais... São muitos “porquês”, julgamentos infinitos, muita hesitação. A sinceridade “mostra sua cara”, as coisas apenas são o que são. Ir no fluxo já não é mais interessante.

Diante do CAOS, agindo no universo, você já consegue prever algumas consequências diretas de seus atos.

Aquela expressão “Você colhe aquilo que planta” começa a fazer mais sentido... E você começa a pronunciar: “Você planta aquilo que colhe!”. Começa-se a “correr atrás do tempo perdido” que não foi perdido: foi apenas o tempo, foi a fase e foi vivido.

O seu Trabalho passa a ser sua sina. Você precisa dele para pagar as contas que fez no decorrer destes anos. Ao acordar você logo se encara no espelho, olha para si e vê que mais um dia de luta irá começar. Você se questiona em frente do espelho, hesita em colocar a máscara... mas você precisa dela, pelo menos por enquanto e pelo menos em alguns momentos. Algo fala dentro de ti logo de manhã: “você tem que ser bom... melhorar seu potencial... atingir o grau máximo de conhecimento, de habilidades, competências... Talento só já não basta.” Logo aparece aquela tensão subindo pelo sangue... O trabalho é o foco na maior parte do tempo. Aparece a imagem de um ancião te dizendo: “Você pisou num mundo Capitalista, um mundo de lavagem cerebral, em que você nasce com um chip na cabeça, com um pacote de ilusões embutido”. Você já tem certeza que Existir é uma farsa.

Sua atenção distribui-se de forma desigual, semelhante a um bolo mal partido de um aniversário de criança. Amor, amigos, trabalho e desenvolvimento pessoal. Amigos.. ”Meus bons amigos, onde estão?”. Você sente um frio na espinha, pois ao olhar para o lado só se vê véu e grinalda. Sua dedicação em tentar entender tudo isso parece loucura. E o divertimento, onde fica? Sua forma de divertimento não se resume mais em afogar-se em um copo de cerveja barata. Você quer algo que tenha sentido, quer “porquês” e quer tirar uma qualidade maior das situações. Qualidade... essa palavra é crucial no seu dicionário humano... entrou de banda, de rastejo... no lugar de uma outra palavra: quantidade.

E o Tempo? O que é isso mesmo? De uma coisa se tem certeza: sobra muito pouco tempo pra se dedicar à guitarra velha que fica ali encostada na parede do quarto.

Na verdade, a crise dos 30 não deveria ser chamada de “crise”. É o momento sublime em que você larga a vida dos outros para viver sua Vida,  mas não de forma egoísta e individualista... apenas de forma completa. “Dissecando os porquês”. Duvidar se torna mais prazeroso que ter a certeza. É um momento também que se pensa muito em como se está contribuindo com a Humanidade.