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terça-feira, 26 de maio de 2020

"MEMENTO MORI" - Dia após o outro




Um dia após o outro. Minuto a minuto... segundo a segundo... batimento cardíaco a batimento cardíaco. Como se fosse um metrônomo sem fim, que faz o "contar das marcações" de cada movimento seu, cada respiração.
Sim, a Vida é isso. Apenas isso, apesar do "apenas" significar grande profundidade.
É o movimento e o fluir de cada momento.

O passado é o rastro que foi feito nesse "tic-tac" contínuo. A História é a coletânea de momentos em união. Fatos contínuos num determinado período de tempo. Vendo do Presente, o Passado não deixa de ser uma ilusão: "nostalgia" quando o a lembrança é boa e "culpa" quando a lembrança é ruim. Criações da mente. 

O Futuro? Simplesmente outra ilusão porém projetada num tempo que não existe. Quando o futuro é bom, chamamos de "esperança" porém quando o futuro é ruim chamamos de "medo".  Quem cria é a mente.

Tive mais uma vez a consciência da finitude da vida com a perda de um grande amigo meu: Cláudio Valli da Hora (in memorian). Grande poeta, compositor, baterista e amigo. A vida dele teve fim e nos pegou completamente desprevenidos, numa manhã de quarta feira (13 de maio de 2020). Minha consciência sussurrou no meu ouvido, no meio do enterro: "Memento Mori" ou "Lembre-se da morte". Para que ficasse bem claro que de nada adiantava agora. Do quão importante é aproveitar cada respiração enquanto se ainda a tem. O corpo do meu amigo estava ali. E o que importa agora?
É o que FOI. E o que FOI é apenas a junção de vários "AGORAS" que aconteceram sucessivamente. Se foram aproveitados ou não da melhor maneira, sua consciência vai te dizer quando estiver diante da morte. A minha assim o fez, me jogando em um espiral de saudade e momentos inesquecíveis, composições musicais fantásticas e momentos de amizade. 
E o tempo, o que é agora diante da morte? Nada. Só lembranças.

"Memento Mori". Essa frase era muito usada na Grécia antiga, quando os grandes imperadores esbanjavam-se em vaidades exageradas, orgulhos, soberba, brigas inúteis. Alguém fazia questão de avisá-los: "Memento mori!", para lembrá-los da finitude da vida, para que se voltassem para o Presente. Para a consciência da finitude. E para o que realmente importa, esquecendo as futilidades. É uma das bases do ESTOICISMO, assunto que tenho estudado bastante nos últimos meses. Uma verdadeira filosofia de como levar a vida.

Assim, volto para minha casa triste pela perda de um amigo, mas ao mesmo tempo consciente de que cada dia deve ser intenso. Intenso nem sempre de se fazer mais coisas, porem de se ter consciência e concentração do que esta fazendo, nos sentidos do corpo. De VIVER de verdade, e jamais deixar passar um oportunidade de fazer ou dizer algo a alguém.
Sempre se basear no "memento mori", balizando as decisões e formas de agir.

Pare de tratar seu tempo como algo infinito e desperdiçá-lo com coisas triviais, não focando na vida que você deseja. Esse tempo de vida fazendo algo trivial será em vão, um desperdício de um presente tão valioso. Depois não adianta mais correr atrás.

Indicação de livro: "Meditações de Marco Aurélio"

sexta-feira, 22 de maio de 2020

A INVEJA

Nem precisa comentar que inveja é uma bosta.
Mas quero falar do sentimento em si. E da perspectiva de comportamento que temos que nos questionar dia a dia para sermos melhores.

A inveja surge do sentimento de impotência, diante de alguém que possui algo que você não pode ter (como se fosse um desgosto pela felicidade alheia). Não pode ter porque não se dedica, claro. Mas ao invés de você reconhecer essa fraqueza em você, você prefere desmerecer o trabalho de alguém, criticar em público, etc. Aquelas piadinhas que as pessoas fazem com alguém, mas na verdade está doido pra ser a pessoa.
Já me peguei errando nisso. Mas tomei consciência (o que me permitiu até escrever sobre isso rs).

Dessas coisas, tiramos lições. Porque tanta dificuldade de reconhecer nossas fraquezas, nossas angústias? Boa pergunta. Talvez é algo intrínseco do ser humano e quem sou eu para julgar.
Juntei algumas coisas aqui que poderão ser úteis para reconhecer esse sentimento em você e também a lidar com pessoas assim.

Achei uma bela definição:

"Inveja ou invídia, é um sentimento de angústia, ou mesmo raiva, perante o que o outro tem. Este sentimento pode gerar o desejo de ter exatamente o que o outro tem (tanto coisas materiais como qualidades inerentes ao ser), sendo isso uma possível consequência da inveja e não a inveja em si, podendo essa ter outras demais consequências ou não. Esse sentimento é comum na espécie humana e pode ser encontrado em outros animais além deste, demonstrando ter um marco biológico por trás de sua evolução através das espécies.

A inveja pode ser definida como o sentimento de frustração e rancor gerado perante uma vontade não realizada de possuir os atributos ou qualidades de um outro ser, pois aquele que deseja tais virtudes é incapaz de alcançá-la, seja pela incompetência e limitação física, seja pela intelectual. Além disso, pode ser considerada um sintoma em certos transtornos de personalidade, como no Transtorno de Personalidade Borderline, no Transtorno de Personalidade Passivo-Agressiva e no Transtorno de Personalidade Narcisista"

Um dos pontos de vista que estudei afirma que a inveja vem da Pirâmide das Necessidades de Maslow, em busca de sua própria satisfação pessoal ou profissional. Todos os níveis da pirâmide podem influenciar no nível de inveja que sentimos. O conhecimento aqui então se dedica a entender como as necessidades pessoais podem criar o sentimento de inveja. É apenas um caminho para tomar consciência de onde ela vem.

Sempre estamos buscando atingir o topo da piramide.



E como lidar com isso?

Vou comentar uma experiência.
Tenho amigos (se é que isso é amizade...) que fazem criticas e piadinhas em publico, por exemplo. Criticam sem base técnica, na frente dos outros, apenas para desmerecer meu trabalho e as atividades que desempenho. Não ficam felizes com as minhas conquistas. Isso é uma grande pista que a pessoa tem inveja de você.

O primeiro passo para lidar com a inveja é aceitá-la. As vezes dou toques sutis (e as vezes toques ignorantes, porque realmente tem hora que não dá), para ver se a pessoa consegue ver isso nela. É um trabalho difícil. As vezes preciso mostras as qualidades que a pessoa tem para ela ver que é boa também em algo!

Colhendo informações por aí, seguem alguns macetes para lidar com isso.

Primeiro é preciso identificar esses indivíduos
Seguem alguns dos exemplos de comportamentos comuns a quem é invejoso:

  • São competitivos e querem sempre estar à frente
  • Não costumam fazer elogios aos outros
  • Sentem prazer em criticar
  • Subestimam conquistas dos outros e exaltam as suas
  • Não demonstram felicidade com o sucesso alheio
Se você se reconhece com esses comportamentos, ligue seu alerta, aceite o sentimento, abrace-o e aprenda e evolua com ele.

Se tem amigos assim (com certeza tem! rs), cada pessoa é que vai determinar o melhor caminho para conseguir lidar com pessoas assim.
Muitos procuram conversar abertamente com a pessoa. Acho uma boa. Mas corre o risco da pessoa se transformar e ficar ainda pior. Daí, procure afastar e evitar convívio. 

Outro ponto importante: nunca se abra pessoalmente e profissionalmente para a pessoa. Nao conte seus planos de vida. Não dê munição. 
Não fale de suas falhas, medos! Pois isso é um prato cheio, tudo que a pessoa quer ver é você falhar.
Funciona mais ou menos da mesma forma que aqueles colegas de instagram que vê o seus stories mas nunca comenta nada positivo que você faz. Ficam esperando você se fuder. rs 

Independente de tudo, não mude quem você é. Eu adquiri um método forte contra a inveja. Faço a pessoa "comer" o que ela desmereceu a respeito de mim, mostrando com ATITUDES que tudo que ela fizer para me botar pra trás não será suficiente para me parar. E toco o foda-se com essas pessoas, não faço mais questão desse tipo de amizade mais.

Outro ponto importante é mostrar ao invejoso que ele tem qualidades! Esse é o famoso Ganha-ganha, onde o cara percebe que ta fazendo papel de trouxa tendo inveja de você, sendo que ele pode fazer coisas maravilhosas com os talentos também! É o famoso "tapa de luva", cedendo sua face para o invejoso e mostrando toda sua MATURIDADE.



quinta-feira, 21 de maio de 2020

Compostagem de resíduos orgânicos

Colé... já respirou hoje? Está conectado contigo hoje?
Então agora podemos falar de compostagem...

Se conecta no som aí, vai:


"Cuidar do lixo é cuidar da casa de todos nós."

Resolvi criar esse post porque considero a afirmação acima completamente coerente. E também pra ajudar uma galera que veio me perguntar como faço para fazer compostagem do lixo em apartamento (pequenos espaços). Vamos nessa então. Ia gravar um vídeo, etc..mas não sou muito bom com vídeo não rs. Se quiser depois me procura pessoalmente que eu até gravo...

QUESTÕES BÁSICAS (retiradas de materiais lidos e estudados):

Por que separar o lixo? A cada dia se produz, no Brasil, milhares de toneladas de lixo. Parte do que é coletado se destina aos aterros sanitários, usinas de compostagem e incineradores. Mas a maioria dos resíduos vai parar em lixões. Terrenos baldios, córregos, represas e rios também recebem boa parcela de lixo. Em tese, 80% de tudo que é jogado fora poderia ser reaproveitado, mas não é o que acontece. Os catadores, sucateiros, empresas, ONGs e algumas prefeituras dão conta apenas de uma pequena parte do lixo reciclável – mas quase nada do resíduo orgânico é separado. Agora, se cada um de nós encaminhar o lixo seco para reciclagem e transformar restos orgânicos em húmus, crescem as chances de resolver o problema do lixo e assim proteger a natureza, a cidade e, por tabela, nós mesmos

Como transformar o lixo orgânico em húmus? Na natureza esse processo se dá naturalmente. Galhos e troncos secos, folhas, flores, dejetos e restos de animais mortos caem no solo e, com a ação da chuva, do oxigênio presente no ar e dos agentes “decompositores”, viram húmus e são absorvidos pela terra. Se o homem vivesse no mato, aconteceria o mesmo com os restos dos seus alimentos. Quem mora em sítio sabe que as sobras podem ser simplesmente jogadas num buraco na terra – processo de compostagem conhecido por “leira” – e a natureza cuida do resto. Já para o morador da cidade foram criados os composteiros (ou como alguns preferem, decomposteiros).

O que é o húmus? Com textura, cor e cheiro de terra, o húmus de minhoca é o produto final do processo de compostagem. Conhecido há mais de 3 mil anos, já era usado no antigo Egito como adubo natural para alimentar hortas, jardins, floreiras, etc e hoje pode ser comprado em qualquer loja de jardinagem. Ou ser preparado em casa a partir da compostagem. A vantagem da produção caseira? Ora, sai de graça e você ainda dá um fim muito nobre aos seus restos de comida.

Quem são os “decompositores”? São as bactérias, fungos, minhocas e insetos que decompõem o lixo e o transformam em húmus. O trabalho dessa equipe se dá numa reação em cadeia: cada grupo prepara o caminho para o seguinte, convertendo um material biodegradável complexo num material mais simples, que será alimento para o próximo. Se você observar um tomate maduro fora da geladeira por vários dias vai perceber buraquinhos e manchas na sua pele. São os decompositores em ação. Essa ação é uma reação bioquímica, pois envolve o trabalho de animais (aspecto biológico) e leva a uma modificação na estrutura do tomate (fator químico). A função desses pequenos seres é transformar restos, como o tomate podre, em cálcio, magnésio, potássio, fósforo, enxofre, ferro e outros nutrientes para o solo.

Atrai rato e barata? Para que isso não ocorra, toda vez que depositar o material orgânico, cubra-o com aparas de grama, palha ou serragem. E evite que o composteiro fique encharcado: cubra-o em dias de chuva. Assim, bem cuidado, ele não atrai bichos nem exala mal cheiro. Caso apareça alguma aranha, ótimo: será de grande ajuda no controle de eventuais moscas.

Tem que ter minhoca? Para espaços pequenos recomendo, pois ela come os restos de alimento mais rapidamente – além de areia e terra para facilitar a digestão – e o produto residual é um pequeno grão, a cápsula. Em quantidade, essas cápsulas formam o húmus de minhoca. Além disso, elas abrem túneis, indispensáveis à aeração da massa de lixo. O bom é que, depois de povoar seu composteiro com algumas minhocas, elas se reproduzem com rapidez. De pequenos casulos nascem de cinco a 20 filhotinhos. Eles vão crescer e comer o equivalente ao seu peso a cada 24 horas. Ou seja, com o trabalho das minhocas, o lixo orgânico é decomposto numa velocidade incrível. Vou explicar mais a frente a diferença entre compostagem e minhocário.

Para que serve o húmus? A terra é composta por vários elementos. Quanto mais nutritivos esses elementos, melhor para as plantas, pois do reles arbustinho à mais frondosa das árvores, todos se alimentam do solo. O húmus, farto em nutrientes, enriquece a terra e deixa as plantas mais sadias, resistentes e viçosas. Além disso: åRegula a salinidade e melhora a umidade, a porosidade e a produtividade do solo. åRegenera solos empobrecidos ou que sofreram erosão. åAjuda a controlar a erosão do solo, prevenindo a desertificação. åSuaviza os efeitos negativos de agentes tóxicos como os inseticidas. åÉ melhor do que o adubo orgânico que se compra em lojas, pois é gratuito. E é muito melhor que adubo químico, pois não tem contra-indicação. åO composto/húmus é a base para uma agricultura ecológica, já que dispensa o uso de fertilizantes químicos.

O que é o chorume? O chorume (ou líquido percolado) é um líquido escuro extremamente poluidor, produzido pela digestão anaeróbia de algumas bactérias e pela degradação do lixo. Ele contamina a água e provoca alterações na fauna e na flora, afetando todos os seres da cadeia alimentar. E nós somos o consumidor final da cadeia alimentar.

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Compostagem nada mais é então que transformar o material orgânico gerado em um composto, decorrente de um processo de decomposição por bactérias (compostagem) ou minhocas (minhocário). Portanto temos 2 tipos de decomposição:
- Composteira: decomposição por bactérias e demais micro organismos;
- Minhocário: decomposição por minhocas californianas;



Comecei em 2015 com uma composteira de decomposição por micro organismos. O processo é mais lento e a geração de material orgânico é menor que o minhocário (as minhocas tem uma "fome do cão"...). Porém, é um processo que demanda menos cuidado que o minhocário. Da composteira, gera-se o composto sólido e o líquido, que pode ser utilizado para adubação de plantas, árvores, etc.

Parti para o minhocário de apartamento em 2018. Os cuidados são maiores, pois as minhocas são mais susceptíveis a variações de temperatura, umidade e acidez. No começo foi foda, as minhocas morriam (pulavam para fora do minhocário). Isso foi até eu perceber que não adianta querer reciclar todo o lixo, pois elas tem uma taxa de consumo do material colocado lá, transformando-o em humus de minhoca. Não adianta forçar a barra. Aprendi a respeitar o ritmo delas e ir trabalhando na alimentação de acordo com isso. Hoje conseguimos reciclar cerca de 35% a 40% de todo o lixo orgânico que geramos aqui em casa.



Se você quiser aumentar essa taxa, precisa de uma composteira e/ou minhocário maior.
Outra coisa importante: não é todo lixo que pode jogar lá! Alimentos ácidos (frutas cítricas por exemplo), derivados de leite, alimentos cozidos, temperos devem ser evitados de ser colocados no minhocário. Na composteira, ainda tem margem pra aproveitar um pouco mais pois os micro organismos são menos exigentes. Para alimentação de Minhoca não funciona assim.
Carnes, nem pensar em ambos os casos! (dá bixo, começa a aparecer moscas, lagartas, etc).

Talvez se a composteira for grande consiga absorver alguma coisa de resto de carne. Ou se for em um terreno ao invés de casa. Mas apartamento não dá.

Colhi algumas coisas durante minhas experiências e vou pontuar aqui para facilitar.

Resíduos que podem ser compostados 

Todos os materiais orgânicos contêm uma mistura de carbono (C) e azoto (N), conhecida como razão C:N. Os resíduos orgânicos que podem ser compostados classificam-se em castanhos e verdes; os resíduos castanhos contêm maior proporção de carbono (C), sendo geralmente secos e os resíduos verdes têm maior proporção de azoto (N), sendo geralmente úmidos. Para que a compostagem decorra da melhor forma, é necessário ter uma grande variedade de resíduos.





Na tabela abaixo apresentam-se os principais problemas, causas e possíveis soluções num processo de compostagem doméstica:


MÃOS A OBRA!

O KIT DE COMPOSTAGEM
















O que é preciso para começar o processo....

  • Um suporte para que a Composteira fique em cima, facilitando a retirada do composto líquido, pela torneira. 
  • Matéria Vegetal seca, que podem ser folhas, grama, palha... Este material será utilizado para misturar e cobrir os resíduos de cozinha que serão depositados na composteira. Esse passo é fundamental para que a decomposição aconteça sem emissão de odores nem atração de animais indesejáveis.
  • Um recipiente para que possa ser colocada a matéria vegetal seca, e facilitar o uso da Composteira no dia a dia. 
  • Um recipiente com tampa para coletar o composto líquido que sai pela torneira da Caixa Coletora. 

Instalando a Composteira 


1. A composteira deve ficar em um local arejado e protegido do sol e da chuva.

2. Coloque o suporte no local escolhido, ou use o suporte já existente (que pode ser um degrau, um móvel, etc).

3. Instale a torneira para o lado de fora, cuidando para colocar um anel de vedação pelo lado de fora e outro pelo lado de dentro. Atenção para deixar a torneira na posição fechada (para trás).

4. Coloque a caixa coletora (com a torneira) em cima do suporte. Para facilitar a retirada do composto líquido pela torneira, coloque um pequeno calço embaixo da caixa na extremidade oposta à torneira. Nessa mesma extremidade, pela parte de dentro, sugerimos colocar um tijolo encostado na parede interna da caixa. Esse tijolo ajudará as minhocas que caírem nessa caixa a saírem do líquido e retornarem para a caixa do meio.

5. Encaixe a primeira caixa digestora  em cima da caixa coletora. 6. Encaixe a segunda caixa digestora em cima da primeira.

7. CAMA PARA AS MINHOCAS : Forre uma parte do fundo da primeira caixa digestora com o substrato enviado, borrife um pouco de água nesse substrato e acomode as minhocas neste local. É importante deixar esse composto com as minhocas úmido, nem encharcado e nem seco.

8. Coloque a tampa nessa caixa.

9. Vá adicionando os resíduos alimentares conforme a utilização nessa mesma caixa.
10. Nesse primeiro momento as outras caixa ficarão vazias.



O que é permitido colocar dentro da Composteira ?


* Frutas, verduras e legumes
* Grãos e sementes
* Borra e filtro de café
* casca de ovos
* Sachê de chá

TUDO BEM PICOTADO, OK!??? 
FACILITA PRAS MINHOCAS/MICRO ORGANISMOS!

   Melhor não colocar em muita quantidade:
* Frutas cítricas
* Alimentos cozidos
* Guardanapos de papel toalha
* Lacticíneos
* Flores e ervas



Não colocar NUNCA: 
* Carnes
* Limão
* Temperos fortes
* Óleo e gorduras
* Líquidos (feijão, iogurte, leite, sopas)
* Fezes de animais
* papéis higiênicos

Como eu disse acima, para decompor estes materiais acima descritos são necessários áreas maiores (ideal para terrenos grandes), para poder aumentar a aeração e evitar presença de baratas, ratos.



PASSO A PASSO:

  • Após montar a cama para as minhocas e acomodar as minhocas, conforme primeira instrução coloque os resíduos orgânicos nessa mesma caixa em um montinho, sem espalhá-los. Desta forma, você precisará de menos matéria vegetal seca para cobri-los. 
  • Misture os resíduos recém colocados com matéria vegetal seca e cubra-os completamente. Isso garantirá um processo de decomposição eficaz e evitará a incidência de moscas, larvas e mau cheiro. 
  • Para as minhocas  digerirem  os resíduos  em menos tempo , corte ou triture-os  antes de colocá-los na Composteira. 
  • Uma dica na hora de colocar os resíduos é fazer montinhos em cantos diferentes a cada dia que for abastecer a composteira, isso facilita que as minhocas escolham o canto onde a decomposição está em uma fase que elas preferem.

  • Chegará um momento que tudo estará junto e misturado, não se preocupe! Pode colocar novos montinhos em cima de antigos e ir juntando tudo, é normal
  • Assim que preencher a primeira caixa, leve ela lá pra baixo ( em cima da caixa da torneira) agora é hora das minhocas realmente trabalharem nessa caixa enquanto você preenche a outra caixa. O ideal é que esse período dure entre 20 e 30 dias. Nâo se preocupe, enquanto você preenche a nova caixa as minhocas migram pra caixa de cima sozinhas, elas sentem o cheiro de “nova” comida e sobem.
  • Neste período, as minhocas processarão os resíduos orgânicos da caixa do meio transformando-os em adubo.
  • Quando a caixa de cima encher novamente, será o momento de trocá-la de lugar com a caixa do meio, e o adubo desta deverá ser retirado para abrir espaço para os próximos resíduos orgânicos que serão inseridos na composteira. 
  • Algumas minhocas podem não ter subido e por isso é importante tomar cuidado na hora de retirar o adubo para que se encontrar alguma minhoca, a devolva para a caixa. 


  • Havendo alimento nas caixas, as minhocas sobrevivem por até 3 meses sem novas introduções de alimentos. Se precisar viajar, não se preocupe!


COMPOSTO SÓLIDO:

  •  O composto sólido é uma mistura de resíduos em decomposição avançada e húmus de minhoca que quando pronto, possui aspecto de terra preta.
  • Para a sua retirada, no momento da troca das caixas digestoras, coloque a caixa aberta ao sol.
  • Devido à intensidade da luz, as minhocas mergulharão no composto.  Raspe o adubo aos poucos pode ser com uma ferramenta de jardinagem ou com as mãos mesmo.
  • Repita esse procedimento até a camada de adubo ficar com 3 a 5 cm de altura ou com grande concentração de minhocas.
  • Deixe essa camada na caixa. Se ela estiver muito compactada, misture o composto levemente para não machucar as minhoca.
  • Retire o composto sólido que coletou e as minhocas e os alimentos que não estiverem completamente decompostos deixe na  caixa.


COMPOSTO LÍQUIDO:

  • O Composto Líquido é conhecido como Chorume, Fertilizante e ou Humus Líquido. 
  • O composto líquido deve ser retirado da caixa coletora periodicamente tanto para evitar o excesso de umidade, como para evitar que as minhocas que caírem nessa caixa morram afogadas.
  • Recomendo que essa retirada seja feita semanalmente. Para maior aproveitamento dos nutrientes, use o composto líquido no momento da retirada. 
  • Você também pode armazená-lo em pequenas garrafas para seu estoque pessoal e para compartilhar com amigos e vizinhos. 


OBS: Evite guardar por mais de 3 meses!

FORMAS DE UTILIZAR O COMPOSTO LÍQUIDO:


  •  Diluído em água  na proporção de 1/10
  • Rega:  Faça a diluição  em um borrifador e regue as plantas.
  • Adubação Foliar:  Coloque a diluição  em um borrifador e aplique  nas folhas das plantas.


Espero ter ajudado vocês de alguma forma.

Dúvidas manda e-mail e comente ai.
E segue o blog pra ficar sabendo quando eu postar algo... Assim me ajuda a evitar ficar mandando toda vez via whatsap. Abraços

sexta-feira, 8 de maio de 2020

PRECONCEITO












Essa é uma historinha um pouco ácida. Mas vale ser contada. Ela é sobre preconceito.

Vejo muita gente falando que o preconceito acabou.
Posso te dizer que não.
Passei grande parte da minha vida cara a cara com ele. Acho que 35 anos.

Ah. Importante ficar claro que apesar de descrever tudo isso aí, a vida apesar de dura (para todos) é ótima. Levanto e ando sempre que posso. Sobrevivo bem e nunca dei trela pra fortalecer meu "amiguinho invisível".
Um dia, quem sabe, ele desaparece de verdade.

Bem.

Menino. Moreno/negro em escola particular, quando pequeno (com muito esforço dos meus pais).
Parecia ser algo fluido, impalpável e silencioso. Era completamente "invisível" aos meus olhos, mas eu sabia que ele estava ali. Parecia que permeava o ar, por onde eu andava. Entrando nos corredores, salas, cantina. Lá estava ele. Meu "amigo invisível" de infância  - o "Preconceito". Jamais teria consciência, naquela época, do tamanho de sua imbecilidade.

Entro numa festa de aniversário e dou uma cueca de presente ao aniversariante. Que mal tem? Era o que meus pais podiam comprar. Minha amiguinha pega a cueca e joga numa lata de lixo. "Isso aqui não é presente, não!". Não entendo nada. Afinal, a mina era bonitinha, Loira, olhos verdes. E eu ainda gostava ela. Porque isso? Não tinha nenhuma noção do que tava rolando... fiquei lá sem entender, querendo explodir a festa com uma granada de mão... uma fagulha de raiva dentro de mim. Mas raiva pelo que? Não conseguia entender.

Um pouco crescido, vem ensino médio.
Excursão da escola.
Todo mundo com seu Disc Man, ouvindo as modinhas da época.
Na minha mão carregava um trambolho, um Walk man e várias fitas. Uma delas, dos "3 porquinhos", porém gravadas com o Album "Somewhere in time" do Iron Maiden. Um sentimento estranho pairava no ar. As relações não pareciam ser iguais. O que era essa porra?

Aí vem as festinhas americanas. Muitas vezes em mansões. Nunca dei uma festa americana, pois lá a casa era pequena!
Ia nas festas, mas sabia que ali não era ambiente para mim. Enturmava e tudo. Brincava. A galera curtia. Mas sentia algo estranho, pois tinha umas brincadeiras lá de "preto só faz merda" etc. As "patricinhas" te olhando diferente, sem aproximar muito de você... Será coisa da minha cabeça? Penso: "Deve ser".

Aí vem os apelidos. "Toddyn", "Café", "Marginal", "Urubu". Finjo que é bobeira, não ligo. E acabei não ligando mesmo, afinal meu e-mail até hoje é "raphaecafe@hotmail.com".
Bem, não é isso que me fará menor.

Daí vem a vida "semi adulta". Você senta no buteco, do lado da casa dos seus pais. Você vê um carro parar, e junto dele a polícia. Uma pessoa fala com a polícia que tem certeza que você tinha roubado a casa dela.
Imagine só: Eu, sentado num buteco na esquina da casa dos meus pais, com uma brahma na mesa e R$ 15,00 no bolso. E sem identidade. Pensei: "Tô fudido com esses caras...".
A Polícia te enquadra e pergunta se você está armado.  A resposta mental é "Claro que não, você acha que se estivesse armado eu ia ficar aqui de bobeira esperando você chegar perto?".
O policial começa a chantagem. Acho que eles estavam querendo grana.
Bem... minha sorte foi meus pais terem me visto naquela situação, para me tirar daquele embaraço todo.

Aí vem a idade adulta. Apesar das piadinhas idiotas, tudo estava certo.
"Você é até um negrinho bonitinho, estudioso e dedicado!"

Após formado, aparece algumas viagens a trabalho para a Europa: França, Bélgica, Alemanha, Holanda, Bósnia.
Num intervalo de cerca de 10 anos, alguns acontecimentos interessantes. Dentre eles cito alguns, que devem ser pura coincidência.
Tem episódios que felizmente optei por esquecer.

Nas alfandegas, é  sempre um interrogatório interminável. "Sim, estão fazendo a parte deles"  - penso.

Alguns Bares e Pubs na Alemanha não me deixaram entrar (somente acompanhado com alguém de lá). Em Berlin, lembro de uma festa que não me deixaram entrar (festa paga, porém aberta). Vi a fila de entrada do meu lado e eu sem poder entrar. Em Dusseldorf, vários episódios desses ocorreram. Vários (fiquei 3 meses e meio lá). E lá estava meu "amigo invisível" de infância me assombrando novamente.

Você tenta comer no interior da França em um restaurante e o Dono simplesmente finge que você não existe. "No entrance" para você.
Será que pisei na merda?

Cada Aeroporto é um constrangimento. Muita revista da Polícia.
Penso: "Ah, é o trabalho dos caras"...

Fechando as malas para voltar ao Brasil, em uma das vezes que estive lá (a última), passo na Alfândega (Polícia federal). Meu colega de viagem ao meu lado. Branco, com 3 malas cheias.
Eu, negro, de mochila com notebook e mais uma mala apenas. Passo minha mala para o colega e fico só de mochila para evitar constrangimentos.
Adivinha quem foi revistado? E você acha que isso é Porque?  Lá estava meu "amiguinho invisível" novamente.

E ele está aí. Cada esquina, cada piada, cada comentário. Pairando no ar, se manifestando sutilmente.
Só quem sente na pele vai entender. 
Basta por hoje.

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Estado de Fluir - "Flow"

Saca esse som aí pra começar sua leitura:



Já teve a experiência de entrar em alguma atividade completamente concentrado e ficar em um estado de conexão profunda, onde o tempo voa e você nem percebe? Pois bem, então provavelmente você entrou no "Estado de Fluir", ou "Flow". Nesse estado, sua precisão de movimentos se torna absoluta, pois é só você e a atividade. Nada mais que isso. Sua concentração completamente conectada ao ambiente, o que chamam hoje de "MINDFULLNESS".

Durante a atividade física, a depender do grau de dificuldade, você consegue chegar nesse estado. Você pedala, por exemplo, e começa a sentir um leve desconforto no início. O suor cai do rosto e a boca seca. Você pensa na família, no trabalho, na noiva e nos problemas da vida... Daí logo em seguida você pensa em desistir do pedal, começa a sentir dores nas pernas e quer voltar pra casa. Sua mente pede pra voltar. Mas você decide continuar.
Daí você começa a sentir o suor descendo, onde cada gota parece estar compondo um quadro no seu rosto. Você já está pedalando há um tempo... começa a respirar fundo e seguir. Começa a ter mais vigor, sua mente se conecta a bicicleta. Você agora sente que a bicicleta é parte de você. Parece um membro do seu corpo. As folhas começam a cair das árvores em sua frente e você percebe minuciosamente cada movimento. Você cheira e sente o perfume do matagal do lado da pista. Você vê o buraco e desvia rapidamente. Agora você, a bicicleta e o ambiente são UM SÓ. Sua respiração começa a sincronizar com seu batimento cardíaco. Seu cansaço parece ir embora, as dores diminuem e seu ritmo cardíaco estabiliza e entra "em dança" com sua respiração. Parece que tudo está conectado. O ambiente te dá o que precisa: o ar, as paisagens, os desafios, obstáculos, "a dança do PRESENTE". Aqueles sentimentos de empolgação e Amor começam a surgir no peito. Parabéns. Você atingiu o estado de "Flow". Você está fluindo naturalmente no AGORA e curtindo a viagem. Você se sente extremamente confiante e cabe você apenas seguir, sempre buscando uma dificuldade maior - um pouco acima do limite da sua ZONA DE CONFORTO.

Tenho essa experiência na maioria das vezes que faço o que gosto. Quando toco com a banda, quando ando de bike, de moto, quando ando de skate, quando estou subindo montanha, quando estou com pessoas que amo. 

Certa vez quando estive na Chapada Diamantina, no início de março de 2020, eu senti essa sensação bem forte. Era um belo desafio: Trekking hardcore de 6 dias numa zona intangível da Chapada. Os 2 primeiros dias de Trekking foram extremamente difíceis. Eu pensei em desistir quando subi a serra da Moitinha. saindo ali do Vale do Capão. O guia Eduardo "Cabeça" ajudou muito psicologicamente, dizendo para ter atenção nas horas certas e ajudando nos movimentos (para evitar movimentos errados). Tinha um conhecimento notável da Profilaxia (atenção total, para não errar e se machucar) e da busca do movimento perfeito. Aquela concentração nos movimentos me jogou num espiral de concentração profunda.

Quando vi, parece que tudo se encaixou. Mente, Corpo e Ambiente conectados. Respiração e batimentos cardíacos "dançavam" diante de mim, em Estado de Graça. Aquela sensação de proteção e aquela confiança em cada movimento de subida e descida nas pedras, deixando de lado todas as preocupações e ansiedades. Parecia uma forte conexão com a Mãe Terra (Pachamama), que me dizia o que fazer e conversava no pé do ouvido, me conectando com meu "Lado Animal" e POSITIVO: a fonte do Auto Conhecimento e Auto Aceitação. Nesse momento, começo a quebrar meus paradigmas internos. Crenças e medos que foram impostos a você desaparecem. Quando vi, estava subindo pedra e arrancando mato no peito sem um esforço muito grande.   

Bem, após essa incrível experiência de passar 6 dias no mato agindo como Homem - Animal primitivo (ainda conto essa viagem em um tópico específico), realmente sai de lá muito mais forte. E passei a me conectar mais e a buscar o "Flow" de modo proposital.

Eis que no final de abril aparece um Curso da SETA (empresa de Desenvolvimento Gerencial e melhoria contínua) durante minha quarentena, chamado "Flow state". Me interessei logo pelo tema, apesar da desconfiança de ser algo "corporativo" ligado a indústria. Preconceito mesmo.

Fiz o curso e eis que trouxe várias ferramentas para atingir o Flow (com o sentido um pouco diferente, ligado a produtividade pessoal na indústria). O sentido de flow que foi apresentado é buscar a maior concentração na atividade que estiver fazendo. Para isso, há o "stress positivo" que fica entre o tédio e o Burn-out.


O mapa que eles ensinaram me abriu novas portas. Segue o mapa (que já explico):


No eixo horizontal, temos a "percepção da habilidade/técnica". No eixo vertical, temos a "percepção do desafio". Daí já é possível entender o que se passa com a gente em cada uma das situações, antes de atingir o FLOW.
Exemplos:
- Quando o desafio é muito pequeno, a gente já sente tédio e quer parar (se nossa percepção de habilidade é alta naquilo que estamos fazendo).

- Quando a percepção de habilidade é grande e o desafio pequeno, há um RELAXAMENTO. Isso é perigoso, pois ali é uma zona de conforto que não te põe em evolução;

- Quando nossa percepção de habilidade/técnica é baixa e temos um grande desafio pela frente, o sentimento é de medo, ansiedade, preocupação (me senti exatamente dessa forma no primeiro dia do trekking - estava inseguro de minhas habilidades de trekking por desconhecer o local e, simultaneamente, o Eduardo nos passou que o desafio era IMENSO: ou seja, a percepção do desafio era grande).

Portanto, bom mesmo é a gente nos questionar de onde e em qual posição estamos e buscar o Flow, sempre aumentando a dificuldade (desafio) e concentrar na precisão dos movimentos (evolução da habilidade / técnica). Por isso a importância de ESTAR SEMPRE ACIMA DO LIMITE DA SUA ZONA DE CONFORTO, pois vai te fazer seguir a "ESTRADA DO FLUIR", ou "Corredor do Flow".


SEMPRE SE QUESTIONE.

AONDE VOCÊ ESTÁ NO MAPA, para o que vem fazendo??? Qual caminho tem seguido?

EVOLUA. 

sábado, 2 de maio de 2020

Algo sobre Covid19

Boa leitura, estou eu aqui de novo. 
Tenho como meta escrever mais aqui. Prometo.

Curte um som aí, vai:





Algo sobre Covid 19. 

Chegou meio na surdina, parou o Mundo todo e mostrou que não somos nada. Simples assim. Somos nada além de um minúsculo grão de areia no meio de um mar infinito. Diante do CAOS. Um CAOS orquestrado por mãos sábias da natureza, que coloca o homem de frente com ele mesmo, fazendo refletir sozinho... acoado e pensando "Quem é que manda?"

Vimos um mundo frágil e quebradiço diante de nós. Quanto somos frágeis e dependentes, não é mesmo? Dependentes de padrões de compra exagerada... de consumo exagerado, por exemplo... Não tem mais shopping nem playground pra você.

Estamos preparados para sobreviver e ser auto sustentáveis? Sentimos o espírito sobrevivencialista aflorando a cada notícia de morte da TV.    

Chegou assim, na calada da noite, e jogou a vaidade, ganância e orgulho do Ser Humano no lixo. Chegou, bem devagarzinho, e mostrou que não passamos de simples mortais e que dinheiro demais não vai te dar o direito de comprar um caixão melhor ou ter um enterro digno. Não vai dar tempo... talvez, morra rápido (ou não, quem saberá)? 

Ahhh.. tempo... Agora no isolamento fizemos uma re-significação do tempo. Quanto tempo temos! E nos deparamos no quanto o desperdiçamos de forma equivocada, com coisas não agregam muito valor. Digo valor no sentido de preenchimento da alma. Atenção total com a família, cuidar do seu lixo, conversar mais com menos interrupções do celular... cozinhar sua própria comida... passaram a ser rotineiras.E não deveriam ser antes disso tudo? 

A Covid19 mostrou também o lado LUZ e o lado ESCURIDÃO de cada ser humano. Aflorou sentimentos que estavam enterrados. Vimos que diante do medo, muitas pessoas são egoístas e pensam no seu umbigo, mostrando um lado animalizado que na verdade sempre fez parte daquele Ser, mas estava encoberto por máscaras. Hora, essa, de encarar essa "Sombra" (já que ela saltou tão fácil assim na nossa frente, não é mesmo?), refletir sobre padrões de comportamento próprio, abraçar o medo e os sentimentos ruins e fazer-lhes convites pessoais, rumo a uma MUDANÇA DE PERSPECTIVA. Evolução, rumo a uma Consciência Coletiva superior ao que temos disponível atualmente. Grande oportunidade a Covid nos tem dado.
  
Assistimos máscaras caindo, o tempo todo. A personalidade de cada um aparecendo de verdade. A verdade, diante dos olhos. O tempo todo esteve ali e não vimos. 

Vimos também seres humanos se unindo, arrecadando cestas básicas para auxílio do povo que não teria o que comer nos próximos meses de quarentena, entre outras boas ações. Vimos gente se unindo pra fazer compra pros mais idosos. Vimos gente se reinventando, da maneira que podia, para conseguir renda pra casa. Muitas ações solidárias. 

Vimos "isolamento (quarentena) x trabalhar" e "vida x economia" ser colocada em questão. Questão que não é tão simples de ser respondida, pois depende muito do momento e do tamanho do problema, que envolve curva de contágio por local, tipos de trabalho (essenciais ou não), etc. Muitas variáveis de uma estrutura complexa. E vimos também opiniões "rasas", mas tiradas como de "especialistas", sem base técnica alguma (ou evidência através de experimentação). É... essas coisas de grupos de Whatsapp.

E se não temos a noção do tamanho do problema, já que é complexo e Caótico, nada mais prudente do que segurar quem pode em casa mesmo, até conhecer melhor o comportamento do vírus...seus hábitos... um plano de contingência de curto/médio prazo... Até conhecer melhor a nossa ameaça invisível. 

Parei de encarar o vírus como ameaça. Tenho aprendido muito com ele. Até porque o vírus faz parte do meio em que vivo hoje. Então, temos um trato. Eu o respeito e tomo minhas medidas preventivas (isolamento, evitar contato com os mais velhos, máscara, evitar aglomeração, evitar zonas de risco de contágio, limpeza e higienização, fortalecimento do sistema imunológico, fortalecimento do sistema emocional, etc). Ao mesmo tempo ele me respeita, não invade minha casa, não me faz de hospedeiro. E deixo-o com medo, pois sabe que se entrar aqui vai morrer antes. Meu organismo não vai deixá-lo se hospedar assim, de graça né? 

Boa quarentena a todos. Que sejamos mais fortes, cada dia mais.

Raphael Medeiros