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terça-feira, 26 de maio de 2020

"MEMENTO MORI" - Dia após o outro




Um dia após o outro. Minuto a minuto... segundo a segundo... batimento cardíaco a batimento cardíaco. Como se fosse um metrônomo sem fim, que faz o "contar das marcações" de cada movimento seu, cada respiração.
Sim, a Vida é isso. Apenas isso, apesar do "apenas" significar grande profundidade.
É o movimento e o fluir de cada momento.

O passado é o rastro que foi feito nesse "tic-tac" contínuo. A História é a coletânea de momentos em união. Fatos contínuos num determinado período de tempo. Vendo do Presente, o Passado não deixa de ser uma ilusão: "nostalgia" quando o a lembrança é boa e "culpa" quando a lembrança é ruim. Criações da mente. 

O Futuro? Simplesmente outra ilusão porém projetada num tempo que não existe. Quando o futuro é bom, chamamos de "esperança" porém quando o futuro é ruim chamamos de "medo".  Quem cria é a mente.

Tive mais uma vez a consciência da finitude da vida com a perda de um grande amigo meu: Cláudio Valli da Hora (in memorian). Grande poeta, compositor, baterista e amigo. A vida dele teve fim e nos pegou completamente desprevenidos, numa manhã de quarta feira (13 de maio de 2020). Minha consciência sussurrou no meu ouvido, no meio do enterro: "Memento Mori" ou "Lembre-se da morte". Para que ficasse bem claro que de nada adiantava agora. Do quão importante é aproveitar cada respiração enquanto se ainda a tem. O corpo do meu amigo estava ali. E o que importa agora?
É o que FOI. E o que FOI é apenas a junção de vários "AGORAS" que aconteceram sucessivamente. Se foram aproveitados ou não da melhor maneira, sua consciência vai te dizer quando estiver diante da morte. A minha assim o fez, me jogando em um espiral de saudade e momentos inesquecíveis, composições musicais fantásticas e momentos de amizade. 
E o tempo, o que é agora diante da morte? Nada. Só lembranças.

"Memento Mori". Essa frase era muito usada na Grécia antiga, quando os grandes imperadores esbanjavam-se em vaidades exageradas, orgulhos, soberba, brigas inúteis. Alguém fazia questão de avisá-los: "Memento mori!", para lembrá-los da finitude da vida, para que se voltassem para o Presente. Para a consciência da finitude. E para o que realmente importa, esquecendo as futilidades. É uma das bases do ESTOICISMO, assunto que tenho estudado bastante nos últimos meses. Uma verdadeira filosofia de como levar a vida.

Assim, volto para minha casa triste pela perda de um amigo, mas ao mesmo tempo consciente de que cada dia deve ser intenso. Intenso nem sempre de se fazer mais coisas, porem de se ter consciência e concentração do que esta fazendo, nos sentidos do corpo. De VIVER de verdade, e jamais deixar passar um oportunidade de fazer ou dizer algo a alguém.
Sempre se basear no "memento mori", balizando as decisões e formas de agir.

Pare de tratar seu tempo como algo infinito e desperdiçá-lo com coisas triviais, não focando na vida que você deseja. Esse tempo de vida fazendo algo trivial será em vão, um desperdício de um presente tão valioso. Depois não adianta mais correr atrás.

Indicação de livro: "Meditações de Marco Aurélio"

Um comentário:

inez disse...

Viver o presente com intensidade do jeito que se sinta bem,o ontem passado são lembranças e o futuro o amanhã a Deus pertence não sabemos se chegaremos lá.A cada dia viver da melhor forma possível como se fosse o último, amar mais,sorrir mais,cuidar mais da família,falar com os amigos que o valor da vida está aí, para mais tarde não se lamentar pelo o que não foi feito.😘❤