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quarta-feira, 6 de maio de 2020

Estado de Fluir - "Flow"

Saca esse som aí pra começar sua leitura:



Já teve a experiência de entrar em alguma atividade completamente concentrado e ficar em um estado de conexão profunda, onde o tempo voa e você nem percebe? Pois bem, então provavelmente você entrou no "Estado de Fluir", ou "Flow". Nesse estado, sua precisão de movimentos se torna absoluta, pois é só você e a atividade. Nada mais que isso. Sua concentração completamente conectada ao ambiente, o que chamam hoje de "MINDFULLNESS".

Durante a atividade física, a depender do grau de dificuldade, você consegue chegar nesse estado. Você pedala, por exemplo, e começa a sentir um leve desconforto no início. O suor cai do rosto e a boca seca. Você pensa na família, no trabalho, na noiva e nos problemas da vida... Daí logo em seguida você pensa em desistir do pedal, começa a sentir dores nas pernas e quer voltar pra casa. Sua mente pede pra voltar. Mas você decide continuar.
Daí você começa a sentir o suor descendo, onde cada gota parece estar compondo um quadro no seu rosto. Você já está pedalando há um tempo... começa a respirar fundo e seguir. Começa a ter mais vigor, sua mente se conecta a bicicleta. Você agora sente que a bicicleta é parte de você. Parece um membro do seu corpo. As folhas começam a cair das árvores em sua frente e você percebe minuciosamente cada movimento. Você cheira e sente o perfume do matagal do lado da pista. Você vê o buraco e desvia rapidamente. Agora você, a bicicleta e o ambiente são UM SÓ. Sua respiração começa a sincronizar com seu batimento cardíaco. Seu cansaço parece ir embora, as dores diminuem e seu ritmo cardíaco estabiliza e entra "em dança" com sua respiração. Parece que tudo está conectado. O ambiente te dá o que precisa: o ar, as paisagens, os desafios, obstáculos, "a dança do PRESENTE". Aqueles sentimentos de empolgação e Amor começam a surgir no peito. Parabéns. Você atingiu o estado de "Flow". Você está fluindo naturalmente no AGORA e curtindo a viagem. Você se sente extremamente confiante e cabe você apenas seguir, sempre buscando uma dificuldade maior - um pouco acima do limite da sua ZONA DE CONFORTO.

Tenho essa experiência na maioria das vezes que faço o que gosto. Quando toco com a banda, quando ando de bike, de moto, quando ando de skate, quando estou subindo montanha, quando estou com pessoas que amo. 

Certa vez quando estive na Chapada Diamantina, no início de março de 2020, eu senti essa sensação bem forte. Era um belo desafio: Trekking hardcore de 6 dias numa zona intangível da Chapada. Os 2 primeiros dias de Trekking foram extremamente difíceis. Eu pensei em desistir quando subi a serra da Moitinha. saindo ali do Vale do Capão. O guia Eduardo "Cabeça" ajudou muito psicologicamente, dizendo para ter atenção nas horas certas e ajudando nos movimentos (para evitar movimentos errados). Tinha um conhecimento notável da Profilaxia (atenção total, para não errar e se machucar) e da busca do movimento perfeito. Aquela concentração nos movimentos me jogou num espiral de concentração profunda.

Quando vi, parece que tudo se encaixou. Mente, Corpo e Ambiente conectados. Respiração e batimentos cardíacos "dançavam" diante de mim, em Estado de Graça. Aquela sensação de proteção e aquela confiança em cada movimento de subida e descida nas pedras, deixando de lado todas as preocupações e ansiedades. Parecia uma forte conexão com a Mãe Terra (Pachamama), que me dizia o que fazer e conversava no pé do ouvido, me conectando com meu "Lado Animal" e POSITIVO: a fonte do Auto Conhecimento e Auto Aceitação. Nesse momento, começo a quebrar meus paradigmas internos. Crenças e medos que foram impostos a você desaparecem. Quando vi, estava subindo pedra e arrancando mato no peito sem um esforço muito grande.   

Bem, após essa incrível experiência de passar 6 dias no mato agindo como Homem - Animal primitivo (ainda conto essa viagem em um tópico específico), realmente sai de lá muito mais forte. E passei a me conectar mais e a buscar o "Flow" de modo proposital.

Eis que no final de abril aparece um Curso da SETA (empresa de Desenvolvimento Gerencial e melhoria contínua) durante minha quarentena, chamado "Flow state". Me interessei logo pelo tema, apesar da desconfiança de ser algo "corporativo" ligado a indústria. Preconceito mesmo.

Fiz o curso e eis que trouxe várias ferramentas para atingir o Flow (com o sentido um pouco diferente, ligado a produtividade pessoal na indústria). O sentido de flow que foi apresentado é buscar a maior concentração na atividade que estiver fazendo. Para isso, há o "stress positivo" que fica entre o tédio e o Burn-out.


O mapa que eles ensinaram me abriu novas portas. Segue o mapa (que já explico):


No eixo horizontal, temos a "percepção da habilidade/técnica". No eixo vertical, temos a "percepção do desafio". Daí já é possível entender o que se passa com a gente em cada uma das situações, antes de atingir o FLOW.
Exemplos:
- Quando o desafio é muito pequeno, a gente já sente tédio e quer parar (se nossa percepção de habilidade é alta naquilo que estamos fazendo).

- Quando a percepção de habilidade é grande e o desafio pequeno, há um RELAXAMENTO. Isso é perigoso, pois ali é uma zona de conforto que não te põe em evolução;

- Quando nossa percepção de habilidade/técnica é baixa e temos um grande desafio pela frente, o sentimento é de medo, ansiedade, preocupação (me senti exatamente dessa forma no primeiro dia do trekking - estava inseguro de minhas habilidades de trekking por desconhecer o local e, simultaneamente, o Eduardo nos passou que o desafio era IMENSO: ou seja, a percepção do desafio era grande).

Portanto, bom mesmo é a gente nos questionar de onde e em qual posição estamos e buscar o Flow, sempre aumentando a dificuldade (desafio) e concentrar na precisão dos movimentos (evolução da habilidade / técnica). Por isso a importância de ESTAR SEMPRE ACIMA DO LIMITE DA SUA ZONA DE CONFORTO, pois vai te fazer seguir a "ESTRADA DO FLUIR", ou "Corredor do Flow".


SEMPRE SE QUESTIONE.

AONDE VOCÊ ESTÁ NO MAPA, para o que vem fazendo??? Qual caminho tem seguido?

EVOLUA. 

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